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segunda-feira, 8 de março de 2010

Caminante, no hay camino

No começo de 2007, quando eu estava prestes a dar o fora da velha e sempre nova academia, não sabia no que ia dar aquele ato de aparentes insanidade e transgressão adolescente. Quase três anos depois, o que não é muito tempo, continuo sem saber que rumo minha vida tomar, em todos os aspectos. Não vejo essa indefinição constante como problemática, porque a maioria das pessoas da minha idade também está à deriva das possibilidades que se apresentam a nós, a todo momento. Tem gente viajando, tem gente estudando, tem ainda um pessoal trabalhando e outros se acabando numas baladas estranhas do centro da cidade... Poucos são os que sabem o que farão daqui a, digamos, cinco anos, e mesmo esses, tenho certeza, se surpreenderão ainda com muito que a vida lhes reserva, inclusive nesse curto período dos vinte e poucos. Se estamos preparados ou não para tudo isso aí que está por vir, isso não sei, mas gosto de ver como cada um reage às reviravoltas que acontecem tanto objetivamente quanto na mente de todos nós.



Admito que durante meus anos de escola fui, em boa parte, do tipo monotemático, um tanto quanto menos crítico e cético do que me tornaria depois de morar fora do Brasil, de fazer um ano pesaroso de USP e de reformular tudo o que pensava sobre minhas próprias pretenções intelectuais, profissionais, e por aí vai. Posso reparar, portanto, em como minha vida universitária é diferente daquilo que eu pensava, no colegial, que ela iria ser. Se a clareza de me perceber mudando é uma peculiaridade, a mudança em si é algo tão comum nas pessoas, principalmente da minha idade, que chego a pensar que ela está intimamente ligada com a incerteza que caracteriza todos nós. Até agora, minha vida está cheia de começos e recomeços. Será que estou pronto para as definições que se arrastam?

Como não lembrar das palavras daquele espanhol, Antonio Machado: 


Caminante no hay camino
Se hace camino al andar
Que pena que não conheço mais sobre ele, foi até citado pelo próprio Saramago no seu caderno. Nossa, esse foi um post bastante autobiográfico! O bom de um blog pouco visitado como o meu é isso: me preocupo menos em ter pudores, e sei que pessoas queridas lerão meu texto e, espero, serão tocadas por ele.

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