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domingo, 25 de abril de 2010

O mapa de hoje

No dia internacional da luta contra a malária, os Médicos sem Fronteiras fizeram um mapa de suas atividades relacionadas ao tratamento e prevenção da malária:



Na IFMSA, existe uma campanha internacional de luta contra a malária, mas eu não sei como ela é posta em prática e acho que ela não é realizada no Brasil... ainda! Quem sabe no futuro!

sábado, 24 de abril de 2010

Sonata ao Luar

Sexta à noite e eu estou cansado e pensativo, duas coisas que impedem com que eu durma bem. Como já vi que a madrugada será longa (Koeppen, lembraças de Belém e pensamentos avulsos me aguardam), posto aqui a trilha sonora de tudo isso.

A história lendária dessa sonata é muito bonita. Dizem que Beethoven a compôs para traduzir a uma cega o que seria o luar. É fácil perceber que cegos somos todos nós, que não conseguimos ver sozinhos tanta música na noite, e que precisamos de uma composição do século XVIII para fazer com que essa música chegue aos nossos ouvidos.

domingo, 11 de abril de 2010

Candidatos no Twitter

Os maiores candidatos à presidência da República deste ano têm uma conta no Twitter. Acho isso ótimo! É uma forma de eles manterem contato com a população, de expôr ideias e de divulgar sua campanha para seus seguidores. E o Twitter serve, no caso dos eleitores, como um instrumento para cobrar seus candidatos, atualizar-se sobre suas propostas e discussões, além de permitir um tipo de conhecimento dos presidenciáveis que vai além daquele que os brasileiros sempre tiveram deles: pode-se descobrir os textos que escreveram durante a vida, os discursos que fizeram ou, por exemplo, a agenda detalhada daqueles que receberão nossos votos em 2010.





O Serra está há mais tempo por lá. Seu perfil é @JoseSerra_ e é um twitteiro voraz, escrevendo durante toda a madrugada. Insiste em dizer não tem ajuda de auxiliares na hora de twittar. Acreditamos?











A Dilma entrou há poucos dias por lá! @Dilmabr ainda não teve tempo de mostrar se vai ou não ser fiel ao microblog. Pelo menos ela admite que tem ajuda de outras pessoas para atualizar seus sites...






Marina Silva! @silva_marina tem, na minha opinião, os melhores tweets. Posta links para seu blog, expõe suas principais plataformas e divulga sua agenda. Que mais podemos esperar de um político sério online? Só uma falta: ela, ou acessores, não interage com o público, limitando um pouco a utilidade do microblog...











Ciro Gomes. @cirofgomes. Só para constar.




Não acho que o Twitter vá influenciar decisivamente a eleição. Além de uma maioria eleitoral excluída digitalmente, o ambiente viciado que é a política partidária vai acabar por escurecer boa parte da beleza que é acompanhar o que o candidato fala, em tempo real, no meio das pessoas que você está seguindo. Apesar do muito que o Twitter tem para oferecer como uma ferramenta a mais do processo político de uma democracia (política) como o Brasil, ainda não estamos preparados para ver candidatos e eleitores nivelados e falando de igual para igual por um dos sites mais populares do mundo.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Minha nova profissão

Um dos motivos de eu ter largado a faculdade de direito e a de jornalismo foi a minha convicção - que a pouca experiência só veio a corroborar - no trabalho do profissional da saúde como verdadeiro transformador da realidade em que vive. Para além de qualquer viés político de que essa frase possa ser revestida, sempre foi muito claro para mim que sem uma adequada estrutura de saúde pública não se pode falar em democracia, direitos humanos ou paz e que a medicina tem os meios necessários para melhorar a vida de todas as pessoas.

A primeira afirmação é a mais simples de expor. Saúde pública é uma questão delicada e que nos reserva infindáveis lucubrações teóricas. No entanto, sua aplicação e sua qualidade como serviço público podem ser facilmente observáveis em qualquer lugar do mundo: todas as pessoas, mesmo as mais ricas, dependem do sistema público de saúde para sobreviver nas cidades e nos campos e, sempre que o poder público descuida desse aspecto fundamental da estrutura de um país, pode-se esperar um enfraquecimento da rede social que embasa a organização estatal que deveria prover uma saúde pública eficiente.

Uma população doente, sem saneamento básico, sem informações essenciais para a manutenção de seus níveis de saúde, não é uma população em condições de igualdade para, por exemplo, viver em um ambiente democrático, eleger seus representantes e esperar por soluções racionais e discutidas para seus problemas mais prementes. No lugar disso, um povo alienado pelo descaso com sua saúde não consegue ver a importância do seu direito a voto e à representação, nem sabe que pode, por meio da democracia, exigir melhorias para sua própria saúde. Dessa forma, a medicina está, para mim, no cerne da questão democrática.

Em função disso, fica fácil perceber como a medicina pode contribuir para melhorar a vida de todos. Tanto em casos óbvios como o dos doentes no hospital, quanto em casos menos aparentes, no que tange a tal da promoção de saúde, a medicina representa o primeiro (e fundamental) passo em direção à cura, ao empoderamento (o velho conceito de Paulo Freire...), ao conhecimento daquilo que virá a ser a sua cidadania.

Cada vez mais tenho certeza de que fiz bem em mudar de profissão!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Um tipo de fascinação

Não é de hoje meu fascínio por lugares estrangeiros. Desde pequeno pego-me imaginando minha vida em outras cidades, outros costumes, como um cidadão do mundo precoce que, mesmo sem raramente sair de sua cidade natal, sentia-se capaz de viver com desenvoltura fora de seu mundo conhecido. A primeira experiência desse tipo aconteuceu quando tinha apenas dezesseis anos e fui fazer um ano de intercâmbio na Alemanha. Essa experiência única reverbera em mim até hoje, passados seis anos da minha viagem de ida.

Dentro da miríade de assuntos que aquele ano europeu pode suscitar, quero falar de um que me passou despercebido por muito tempo, mas que agora está evidente. Trata-se da fascinação por duas cidades quase míticas para mim, uma que eu conheci e outra que ainda não.

A primeira delas é Londres. Muitos anos antes de ir para a Alemanha, tinha, dentro do meu armário, um mapa da área central da capital inglesa. O manuseio constante daquele papel fez com que ele se desfizesse em alguns pedaços gastos e percorridos com os olhos. Era uma época anterior ao Google Maps ou ao Google Earth, e o exame daquele mapa era o mais próximo de Londres a que eu podia chegar naquela adolescência nascente. De tal modo me interessava pelo lugar que, em 2004, quando tive a oportunidade de visitá-lo durante uma semana, senti-me como um emperdenido englishman, munido de guarda-chuva preto e moletom vermelho.

Foi uma belíssima viagem inserida no meio da grande viagem germânica que eu fazia. Mas o fato é que - eis o motivo deste texto - a fascinação por Londres passou, como se eu já tivesse vivido tudo o que poderia vive lá. Obviamente não o vivi, e uma única vida humana seria pouca para conhecer tudo de Londres, mas não sinto mais aquela vontade premente de passear pelo Tâmisa ou pelo Regent's Park.



No lugar da velha capital britânica, agora é Nova York que me atrai profundamente. Tudo bem que cresci e não analiso os mapas com a mesma ânsia viajante da criança do século passado, mas ainda existe em mim aquele mesma inquietação de outrora, fonte de sonhos e esperanças. Sempre admiti a todos os meus brios de cabeça-de-vento, do tipo que não tem os pés no chão e nunca está onde realmente está. Se estou fazendo faculdade no interior, se mal tenho dinheiro para ir no cinema, fico pensando - ai de mim - nos espetáulos off-Broadway e na First Aveue, esquina com a E 42 Street (sabem o que fica lá?).

De tudo isso, ficam algumas coisas, como de tudo. Primeiro, a constatação de que as pessoas sempre querem aquilo que não têm e via de regra desprezam tudo o que já tiveram. E a resignação de saber que, nesses passos curtos, vai demorar para eu conhecer todos os lugares que tenho vontade.