Na realidade, se há algo comum a todos os velhos é a experiência, o passado robusto, glorioso ou não, que lhes antecede qualquer ação ou fala presentes, e nisso reside sua especificidade e maravilha. Ser idoso por si só não significa nada além de ter muita experiência, e mesmo ela pode ser proveitosa ou não, boa ou ruim, construtiva ou destrutiva. Para alguns a idade traz sabedoria; para outros, só traz rugas. Dessa forma, somente em algumas pessoas mais velhas encontramos verdadeiras respostas para o mundo, ou algum tipo de sabedoria melancólica. Na maioria dos ilustres senhores de idade, vemos pessoas com as mesmas prerrogativas das demais, excetuando-se um ou outro conselho que pode ser valioso (e que - vá lá - são o embrião de uma sabedoria que poderia ter sido muito maior).
Rugas e ares de memória e saudade são elementos externos suficientes para desenharmos um honrado senhor na nossa frente. Olhando-o para dentro, vemos uma pessoa como todas as outras, que também sofre, também tem orgulho e também está inserida nesse mundo, mesmo que de forma peculiar.
"Os anos que a mim me doem nas costas e nos joelhos levaram-me a dois destinos diferentes, nos quais descanso com a mesma mansidão de sempre: ora sou um muro, ora sou um abismo. Sempre serei, portanto, um final."
auto-biográfico esse texto, hein Werneck Jr.?!hahahaha
ResponderExcluirsó um velho mesmo pra escrever sobre velhos com tanta propriedade...
ResponderExcluireu ia escrever outra coisa, mas o comentário da Ju (que não sou eu, imagino hehe) me deu vontade de escrever isso mesmo - que só alguém com uma alma velha como a sua poderia escrever isso. mas não, acho que vai além - só alguém sensível como você pra se colocar tão bem no lugar do outro.
ResponderExcluiruia